Entrevista com Henrique DLD, criador de “Engrenagem Cristal”

A partir do dia 22 de julho, o webmangá “Engrenagem Cristal” já pode ser conferido no portal Lamen. Apaixonado por desenho desde a infância, Henrique DLD, criador do mangá, começou a levar a sério a profissão de quadrinista há dois anos.

“Estou nessa por amar escrever e desenhar, acho que quem começa a fazer quadrinhos sempre é por que admirou alguma obra e pensou em como poderia criar algo que causasse sensações semelhantes. Comigo foi assim, e quero crescer cada vez mais, evoluir rápido para acompanhar o nível de outros colegas artistas”, disse o artista, que em entrevista exclusiva ao MAIS QI NERDS deu detalhes sobre o mangá, cujas algumas páginas serão liberadas todas as quarta-feiras até a conclusão de cada capítulo.

Sendo um legitímo mangá Shounen, Engrenagem Cristal é ambientada em uma Terra pós-apocalíptica e sem recursos para a humanidade, com a atmosfera alterada, o que tornou difícil a vida dos sobreviventes. Certo dia, o herói explorador de mundos retorna de sua expedição mais importante e trás com ele o cristal de Umar, uma jóia gigante com o poder necessário para estabilizar o ecossistema em um raio considerável. Ao redor do cristal é erguida a cidade Superstes, porém ele começa a atrair seres de outras dimensões que constantemente atacam a cidade tentando destruir a pedra, e para isso surge o exército sagrado. Larz, Gum e Musty então se envolvem em batalhas para proteger a vida humana na terra.

MAIS QI NERDS – Como surgiu a proposta de você publicar no Lamen?

Henrique DLD – Douglas MCT, o grande idealizador do projeto, estava em uma jornada para encontrar aliados. Quando ele me convidou, disse que viu em mim a qualidade necessária para fazer parte do projeto. Eu, honrado, aceitei. Mas, até o momento do convite, eu não fazia ideia de qual historia eu escolheria para o Lamen.

Como surgiu a ideia do mangá?

A ideia inicial surgiu há muito tempo, em uma história chamada A.T-2, que falava de um mundo destruído. Aí, juntei essa ideia com outra que eu havia criado (intitulada Uroboros), nascendo assim Engrenagem Cristal. Já sobre o design de personagens, sempre fui fã de Power Rangers e Mega Man, minhas principais referências.

Quais características acha fundamental na criação de um personagem?

Um bom personagem em minha opinião é aquele que te inspira. Um personagem que tem ou que busca um grande valor moral. Já um bom vilão busca a justiça a sua maneira, contrariando o senso comum de justiça. O que varia é o nível de realidade que a história quer demonstrar. Lógico que na vida real ninguém é 100% bom e nem 100% mal, mas gosto de personagens que escolhem bem o lado que querem estar, e lutam por esse lado com toda força que possuem.

Qual seu processo de criação?

Para o Engrenam Cristal eu escrevi toda a linha principal da história até o final, e agora venho trabalhando os episódios, escrevendo primeiro como o capítulo deve ser e o que deve mostrar, em seguida faço o rascunho das páginas e vejo se o conteúdo está ok, depois disso faço a arte final, trabalho 100% no digital.

O que acha do formato de webcomics?

Acho que webcomic é o formato de quadrinhos do futuro, cada vez mais vem ganhando espaço e é cada vez mais comum ver obras que surgiram na internet sendo adaptadas para outras mídias, como jogos, desenhos e filmes, ou seja, é um formato de fácil acesso, e que pode sim ter um apelo comercial. Acho que aquele papo de que papel sempre será melhor não é uma verdade absoluta, depende muito do material, existem muitas publicações físicas que não são boas, assim como existem muitos webcomics excelentes.

O que acha do atual momento do mercado nacional de quadrinhos?

Acho que o mercado está passando por uma transição, cada vez mais as editoras abrem espaço. Hoje em dia existem concursos importantes, que geram uma boa visualização dos talentos nacionais. Acho que é questão de tempo até termos um bom mercado, e uma questão de mentalidade do leitor também. É comum ver gente que torce o nariz para o quadrinho nacional, e acho que essa mentalidade surgiu pois no passado eram poucas obras boas de verdade vindas dos brasileiros e para os brasileiros, em seguida surgiu uma onda de abrasileirar temas internacionais, o que também não deu certo, mas hoje vejo que muitos autores estão pensando como os autores internacionais, visando um mercado global, e não só no seu país de origem, isso tem resultado em obras de alto nível, que competem em pé de igualdade com sucessos internacionais em termos de qualidade. Com obras de qualidade que podem gerar consumidores assíduos, surgirá com o tempo um bom mercado.

Quais outros trabalhos você tem em desenvolvimento ou publicado?

Atualmente meus outros projetos estão parados, pois estou dedicando 100% do tempo para Engrenagem Cristal. Mas existem planos para o futuro, em retomar Uroboros, que eu gosto muito. Agora, espero que Engrenagem Cristal divirta todos aqueles que a lerem, com muita comédia, ação e emoção!