Criado por Jannayna Pereira - 14 de julho de 2015 às 11:13
Para quem sempre tirou 10 nas provas de história, no mínimo já ouviu falar sobre ‘Os Cavaleiros Templários’. Eles surgiram na idade média por volta de 1119 d.c e foram extintos por volta de 1314 d.c.
Se intitulavam inicialmente “Os Pobres Cavaleiros de Templo de Salomão”, um contingente formado por nove cavaleiros, que por algum tempo assumiram o papel de generais durante as cruzadas, levando seu exército a inúmeras vitórias.
E é nessa história que Yuji Katayama se inspirou para escrever o mangá ‘Templários’. Em uma entrevista exclusiva ao MAIS QI NERDS, o quadrinista contou tudo sobre a criação de “Templários” e ainda sobre seus demais projetos.
MAIS QI NERDS – Conte sobre a história de “Templários”
Yuji Katayama – No século 19 uma das maiores e mais sangrentas das guerras envolveu todo um conjunto de sociedades com culturas e costumes quase que opostos, essas guerras chamadas de cruzadas envolveram os três maiores poderes da idade média, fazendo com que lutassem até a morte em nome de uma crença, em nome de uma religião, em nome de Deus.
Tudo tem início com um cavaleiro cruzado chamado Huges de Payens, que após vencer a batalha de Jerusalém, vai de encontro ao novo rei trazendo as boas novas e uma visão concedida pelo anjo Gabriel, a ideia consistia em recrutar um grupo de monges guerreiros treinados em combate, doutrinados na arte da guerra e da estratégia e subordinados ao clero e a monarquia. Esses monges deveriam dedicar suas vidas como parte do contingente militar do próprio Deus, e assim, lutar e morrer em nome do criador.
Com os triunfos, os Pobres Cavaleiros do Templo cresceram e ganharam fama por todo o oriente médio, vitória pós vitória, gravam sua marca na história da humanidade, não demorou muito tempo até que ficassem conhecido como “Os Cavaleiros Templários”.
Os cavaleiros Templários eram de longe a maior e mais temida força militar que já surgiu na face da Terra. Mestres do metal pesado, donos de espíritos e mentes fortes, esses Templários eram exímios estrategistas e lutadores, senhores das cruzadas, em qualquer guerra que participassem, sempre triunfavam sobre os infiéis.
Como surgiu a ideia do mangá?
Bom a ideia surgiu quando eu tinha uns 15 anos, eu via muitos filmes, documentários e livros sobre os templários, e os mistérios e toda a história da ordem Templária sempre me cativou e eu sou fissurado nesse assunto. Apesar de tantos filmes e livros, nunca tinha visto algo que contasse a história da ordem Templária com mais detalhes, somente em livros mais didáticos, então resolvi fazer minha própria história para transmitir para as pessoas esse sentimento que eu tinha em relação a todas essas histórias.
Como é o seu processo de criação?
Não é muito diferente do dito “manual” de criação srsrsrsr, eu esboço as páginas, corrigjo algumas coisas, passo a limpo para a folha de arte-final e finalizo no computador, mas na parte de história mesmo, eu penso antes em o que vou fazer com aquele capítulo, em como vou continuar de onde parei e como vou terminar feito isso eu deixo fluir não me importando com a quantidade de páginas a princípio.
Por que denomeia seu quadrinho como mangá, e não HQ?
(Risos) Essa é uma boa pergunta. Quando fiz os Templários eu sabia que estava seguindo o estilo oriental de traços e leitura, no começo o chamava de mangá por ser no mesmo formato que os do Japão, com o tempo aprendi sobre as nomenclaturas de cada cultura e até acho HQ muito legal e dinâmico, mas quando busquei registrar meu trabalho o nome templários já havia sido usado de várias formas e acabei acrescentando o mangá no registro e acabei me acostumando com a idéia.
Quando começou a trabalhar com quadrinhos?
Comecei com 15 quase 16 anos, eu estava com dúvidas quanto ao que fazer sabendo desenhar, fiz cursos de animação, de 3D e de design, mas quadrinhos foi quase que amor á primeira vista, e fluía com muita naturalidade pra mim.
Qual a dica que dá para aqueles que desejam criar um bom personagem de mangá?
Criar um bom personagem, nos meus conceitos requerem 3 coisas básicas e essenciais, Design, Carisma e Alma. É bem subjetivo, o design ajuda na parte visual e o carisma cativa de acordo com as ações do personagem e as pessoas tem diferentes gostos em relação a esses dois primeiros, Mas um personagem precisa de uma Alma, dada á ele por seu criador. Quando faço meus personagens eu imagino como eles vão ser, como vão se parecer mas no final sempre colo um pouco de mim em cada um deles quase que me dividindo entre o real e o papel.
O que você acha do mercado nacional?
O mercado Brasileiro está ainda anos luz de se tornar algo como nos E.U.A Japão ou Europa, mas caminha a passos curtos, curtos mas firmes, ainda não há uma industria dos quadrinhos nacionais e a maioria da elite das HQ’s faz mais trabalhos para fora. Mas isso não quer dizer que nossa qualidade é inferior, ao logo desses anos vi muitas pessoas muito talentosas que deixam muitos trabalhos internacionais no chinelo. Então qualidade nós temos de sobra, porém, o mercado ainda está se construindo.
Quais outros projetos você está desenvolvendo ou/e já tem publicado?
Depois do Templários 2 resolvi fazer em paralelo alguns projetos novos, afim de explorar outros campos, então Fiz o “The World”, fiz o “Jihad”, o “Tecnology” e atualmente estou desenvolvendo um fanzine de Final Fantasy VII em quadrinhos também.
Gostaria de deixar um recado para seus leitores?
Gostaria de deixar um abraço e agradecer pelas mensagens de carinho que tem deixado para mim por e-mail, inbox e comentários, ficou muito feliz que tenham gostado das minhas histórias e isso acaba me motivando a continuar, então MUITO OBRIGADO (risos).
“Templários” pode ser encontrado para compra no blog oficial e ainda em eventos que o autor participa.
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