Resenha: “O Enigma dos Dados”, de Marcos Mota

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Sinopse: Para Isaac Samus um problema matemático sempre foi mais fascinante que jogar bola com os amigos. Aos treze anos de idade, após muito estudo e pesquisa, ele descobre que o grande matemático Euclides utilizava dados com variados números de faces para encontrar uma fórmula capaz de prever o surgimento de números primos em sequências matemáticas. Agora os dados e a moeda de ouro são seus, e Isaac é capaz de prever o futuro. Com seu poder de vidência, ele deverá ajudar Bátor e Gail encontrar o segundo Objeto de Poder pertencente aos humanos – O Cubo de Random. Com isso, mergulharão em uma jornada cheia de magia, lutando contra monstros, feitiços e inimigos sombrios e abomináveis. Nada será o que parece!

 

O primeiro pensamento que ocorre ao término do livro “Objetos do Poder – O Enigma dos Dados” é de incredulidade, por tantos acontecimentos serem descritos em apenas 147 páginas. Isso não quer dizer que a história fique corrida ou mesmo superficial, o destaque é o poder de síntese do escritor Marcos Mota, combinado a uma escrita detalhada, que parece até magia. Mota dá características suficientes para que a imaginação flua com facilidade e faz com que a narrativa ocorra com espontaneidade e clareza, ao contrário de alguns livros do gênero , que de tão pormenorizado, acaba por prejudicar o ritmo.

 

Porém, não apenas a escrita de Marcos Mota é interessante.  A mistura de magia com matemática é no mínimo singular. É perceptível que cada detalhe da história foi muito bem pensada, sem deixar pontas soltas, com exceção das circunstâncias que ainda serão desenvolvidas no segundo livro da saga.  O livro é daqueles que já encantam pela perspicácia da história, tecida por personagens fundamentais para o desenvolvimento da trama.

 

 

“Existem muitas formas de magia. A matemática é uma delas e Isaac Samus tinha conhecimento disso”

página 9 

 

 

Tanto o protagonista Isaac Samus, quanto Bátor e sua filha Gail, apresentam um desenvolvimento com o desenrolar da narrativa. As mudanças são mais perceptíveis em Isaac, cujas descobertas e aventuras, acabam por transformar o menino, que ao início do livro apresenta-se soberbo e egoísta.  Tais transformações em parte são acrescidas aos parceiros de aventuras acima mencionados, que mostram ao garoto uma nova maneira de ser e lidar com as situações, por mais difíceis que pareçam.

 

Após a descoberta do primeiro objeto de poder, os dados de Euclides, os personagens partem em uma aventura para achar o Cubo de Random, pelo caminho encontram pessoas e criaturas dispostas a ajudar e também aqueles que colocam em risco suas vidas. É interessante que o poder dos objetos ainda não foram revelados em sua totalidade, podendo surpreender o leitor. Além disso, muitas vezes os personagens conseguem por eles próprios lidarem com situações de alto risco, sem o auxílio de magia, o que demonstra que tem casos cuja apenas o poder do raciocínio é o suficiente, e Gail foi a personagem perfeita para demonstrar isso. A inteligência da garota e sua lógica são fundamentais na jornada.

 

O livro coloca em evidência a responsabilidade de ter em mãos mágicos e poderosos objetos, e conduz o leitor em uma jornada cheia de magia, com personagens fortes e situações plausíveis.

 

Confira a entrevista com o escritor Marcos Mota


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