Criado por Francylene Silva - 5 de fevereiro de 2015 às 22:32
Quem poderia pensar que vida em cidade pequena como cenário para uma história de fantasia daria tão certo?
Bem, o escritor iniciante Jefferson Oliveira apostou nisso em “Thales Martins E O Livro da Maldição” e acertou em cheio. O começo do livro nos deixa com aquela curiosidade que só acontece quando queremos saber algo que outro esconde e isso é motivo mais que suficiente para enveredar na história de Thales Martins, cuja ele mesmo é o narrador. Com isso, a história flui facilmente com o jeito que “Thales” a conta, de forma despretensiosa, algumas vezes divertida e sempre honesta.
O livro, com a utilização de referências bem características, conseguiu criar uma história originalmente brasileira. E não sendo apelativa para isso, as referências aparecem de forma natural, não sendo impostas, elas simplesmente dão nacionalidade a história de forma sutil. Alguns livros pecam neste detalhe, eles, na tentativa de conseguir demonstrar de onde vem, perdem tempo em explicações de termos que para pessoas do país parecem óbvios e isso não acontece neste. Por um acaso alguém já leu um livro inglês explicando o que é o “Chá das Cinco”?
Achei muito interessante o personagem principal ser um mulato de cabelo encaracolado, como o próprio livro descreve. E quebrando tabus, ele é rico, amado, tem muitos amigos e sofre uma maldição por ano, bem, está parte não é muito legal, mas é o que impulsiona toda a história, que possui uma narrativa bem amarrada, onde a maioria dos acontecimentos tem um por quê de acontecer e os que não são explicados dão brecha a um possível segundo livro.
Thales não está sozinho na busca por entender a maldição. Ele tem ao seu lado Nélio e Linda, que em meio tantas implicâncias um com o outro, realmente procuram ser prestativos e ajudar o amigo. Com eles, podemos destacar também a diversidade dos personagens criados pelo autor, enquanto Linda é morena, de olhos verdes, Nélio é comparado a um índio. Outros personagens que merecem destaque são o Padre André, quem melhor para ser consultor de maldições que um padre? Thelena , cuja arrogância e ego causam irritação, não só nos personagens, como também no leitor. E um misterioso homem, que conhece muito sobre magia, mas carrega um nebuloso passado.
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