Resenha: “Morte Súbita” da autora J.K Rowling

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Se em “Harry Potter” J.K Rowling fez seus leitores sentirem simpatia pelos seus vilões mais frios, em “Morte Súbita” a rainha dos potterheads ousou ao apresentar suas personagens de maneira suja e real. Rowling não perdoa ninguém e, no desenrolar da trama, provoca no leitor reações de pena, ódio ou até mesmo de uma empatia ruim de admitir. Isto porque é impossível não se identificar com os habitantes da cidadezinha fictícia de Pagford. Em proporções menores, J.K destaca o lado hipócrita e aproveitador tão presentes na sociedade. E ela enfatiza isso de maneira apelativa e exagerada, porém compreensível a medida que a mensagem é passada.

 

  Logo no começo, a esperada morte de Barry Fairbother não me impressionou muito, apesar de toda a sinopse dizer que ele era parte essencial da trama. Enquanto lia os primeiros capítulos, me decepcionei em saber que talvez “ser parte essencial da trama” significasse virar uma simples fofoca pela cidade. Porém, a medida que a trama avança e J.K nos apresenta a história da pequena Pagford, cheguei a conclusão de que seu fantasma está bem presente na vida das pessoas e quando abre uma brecha naquela sociedade conservadora, abre também brechas para virem a tona os segredos mais sujos e os desejos mais profundos de todos os cidadãos pagfordianos.

  J.K consegue encaminhar a estória de maneira divertida e real, nos deixando a par da não tão simples fofoca que a vaga de Barry no conselho municipal criou. Sua vida fora dedicada a tentar manter equilibrada a guerra de mais de 50 anos entre Pagford e o bairro de classe baixa Fields, que representa todos os males para a classe média conservadora pagfordiana. Acontece que esse rol de fiéis à cidade não são nenhum pouco santos e reforçam o ditado “quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra”. Todos serão atingidos pela morte de Barry, do ser que se diz mais honesto até o que é julgado escória.

  De alguma forma, todas as personagens criadas se relacionam entre si e todas as suas ações afetam a sociedade em que vivem de alguma maneira, até mesmo travessuras de adolescentes irritados com os pais. Rowling cria perfeitamente um ambiente sustentado pela película fina da moral e de aparências que com um simples sopro pode se quebrar e provocar uma reação em cadeia.


#Livro   ; ; ;


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