“Ela, Videogames e Muito sobre Nós”: Representatividade, leveza e clichês em noveleta de Koda Gabriel

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Sabe aquelas histórias leves, de aquecer o coração e deixar um sorriso bobo na cara? Aquelas histórias cheias de clichês românticos e amores delicados? Se você conhece, quase 99% de certeza que elas representam casais héteros e em sua maioria brancos, certo?
 

Trazendo mais representatividade ao romances leves, Koda Gabriel lançou a noveleta “Ela, videogames e muito sobre nós”. Contando a história de Ariel, uma pessoa não-binária que acabou de sair do armário para todos do colégio e de Cristina, uma menina trans super divertida e de bem com a vida, a noveleta promete fazer os leitores “derreterem de amor” por essa narrativa sobre conhecer mais a si mesmo e ao mundo, e também sobre o amor. Afinal, todo mundo precisa de um clichê pra se sentir representado.
 

Para conhecer mais sobre a noveleta, conversamos com Koda. Confira:
 

Como surgiu Ela, Videogames e Muito sobre Nós? Como definiria a noveleta?
 

A ideia surgiu em várias partes separadas. Estava pensando há um tempo em vários elementos que eu gostaria que coexistissem juntos em algum lugar, algum livro ou conto. Pensei neles por um tempo até me bater o óbvio: eu posso juntá-los! Ai comecei a escrever a história, para representar o que eu queria e ainda não existia. Eu diria que ela é exatamente o que eu precisava ler, mas não sabia onde ler. É algo que eu gostaria de ter lido quando era adolescente, gostaria de ter aprendido mais cedo sobre outras identidades, para talvez aprender mais cedo sobre a minha identidade.
 
 
 

A descrição da sinopse enfatiza que a pessoa trans terá “um clichê pra chamar de seu”. Tendo em mente que muitos dos romances com representatividade LGBTQI+ tem uma pegada mais dramática, qual considera a importância de histórias mais leves?
 

Considero extremamente necessárias! E é triste que somente as pessoas de dentro da comunidade estejam se importando com essa necessidade. O tempo todo temos conteúdos diversos sendo produzidos sobre pessoas dentro da norma, mas parece que os poucos que são sobre pessoas LGBT+ são sempre tristes e pesados. Se ver em histórias leves, simples, cotidianas é retomar para nós a ideia de que somos, acima de tudo, pessoas normais. Com vidas que podem ser sim difíceis, mas continuamos dignos de ter uma vida leve e simples.
 

O que você gostaria que as pessoas LGBT+ levassem para si ao ler sua noveleta?
 

Que a vida delas pode sim ser simples, pode sim ser leve. Que existe a esperança de uma hora viver melhor e mais calmo. Não vou dizer que sem preocupações, porque infelizmente pra nós elas sempre vão existir em maior número. Mas mais calmo que hoje, menos triste que hoje, menos desesperador que hoje. Um final bom, feliz consigo e, caso queira, com outra pessoa, é possível. Não somos fadados à tristeza e ao fracasso.
 


 

Quais foram suas inspirações para a criação da história?
 

Eu reparo muito nas vivências de outras pessoas, vou colhendo detalhes e guardando pra mim. Eu sonho muito, dormindo e acordado, e em vários desses sonhos fui coletando as ideias, até transformar elas em algo que fazia sentido junto e que poderia virar uma história. Cada personagem tem um pouco de mim e de muitas outras pessoas, e eu acho isso bem bacana.
 

Como é seu processo criativo?
 

Para ser sincero ainda estou desenvolvendo um processo criativo. Da forma como sempre fiz, as ideias corriam soltas pela minha cabeça e eu ia escrevendo conforme conseguia, criando aos poucos a escrita do que eu penso. Mas isso não estava dando certo pra mim. Meu namorado me ajudou bastante nesse processo. Ele que me ajudou a concretizar minha história em tópicos primeiro, de forma a saber exatamente de onde eu saia e onde eu queria chegar. Aí as fichas de personagem se fizeram necessárias, então fiz. Com essas duas coisas e muitos monólogos na minha cabeça eu consegui escrever o que estava na minha cabeça e transformar no que a noveleta é hoje.
 


 

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