Resenha: Livro Dezembros, de Ana Sparz

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O que pode haver de tão especial em um mês? Dezembro ganhou outro significado desde que Cora começou  a passar as férias na casa dos Campos Lopes. Mal-tratada pelos tios que a criam após o falecimentos dos pais, a menina descobre um novo mundo na casa da rica família onde sua irmã, Berenice, trabalha. A cada esperado dezembro, Cora busca por crescer e absorver tudo que puder assimilar da instruída família. E é ainda, uma nova oportunidade de desvendar o passado de Berenice, que o esconde a sete chaves.

 

O livro, que em boa parte ocorre em paralelo à história contada em Dez Momentos, primeira obra da escritora Ana Sparz, ao mesmo tempo se mostra como uma segunda perspectiva desta história e ainda apresenta uma totalmente independente dela, fazendo assim, que não seja obrigatório ter lido o primeiro livro para entender o segundo.

 

A história de Cora e Berenice está entrelaçada com a de Raquel e sua família por conta da proximidade e amizade presente entre eles. Mas, mesmo que em Dez Momentos seja pincelada a vida das duas,  muito mais havia a ser desvendado, o que faz com que Dezembros  construa uma narrativa surpreendente e própria, focando nestas duas personagens e introduzindo ainda um outro segmento, o de Silvia.

 

Mãe de três filhos desaparecidos e ainda viúva por conta da morte do marido, Silvia sofre e a cada mês perde as esperanças de ter os filhos de volta. O destino dela e o de Cora acabam se cruzando.

 

Ana Sparz consegue novamente apresentar um drama familiar realista e emotivo, sem ser piegas. A narrativa é mais fluída se comparada a primeira obra, o que a deixou com um ritmo melhor. A história e crescimento de Cora e  principalmente o misterioso passado de Berenice é apresentado de forma sincera e natural.  Não se pode falar de artifícios quando clímax e desenvolvimento apresentam-se em uma linearidade espontânea. Estamos lendo sobre vida e cotidiano,  acertos e erros, algo tão próximo de todos com experiência (ou seria inexperiência?) suficientes para ter entendimento da imprevisibilidade da vida. A trama contada é franca quanto a isso.

“Quando amamos algo, sentimos um misto de ansiedade e felicidade desde o momento em que vislumbramos a possibilidade da presença de algo ou alguém querido, até quando se efetiva o encontro.
Como o que eu mais amava era o mês de dezembro, desde novembro já ficava alterada, mais alegre e entusiasmada. Eu achava muito triste amar tanto um mês. […]”

Confira a resenha de Dez Momentos

 

 

 


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