Resenha: “O Mundo de Yang”, de Orlandeli

Pegue um herói carismático e uma jornada épica, acrescente traços delicados e dívida em quadrões. O resultado é O Mundo de Yang, quadrinho fantástico do grande Orlandeli. Nascido em formato online, no início de 2015, onde era publicado um quadrão por semana, ele ganhou o impresso em um encadernado contendo o começo de uma incrível aventura.

Fica claro que desde o início o pensamento do autor era o de copilar todas essas publicações em um livro, pois, apesar de terem sido publicadas online individualmente, com uma narrativa completa a cada quadro, tal qual a uma cena de filme, a combinação dessas “tiras não-tradicionais” possui uma fluidez muito boa quando lida em sequência.

Os traços e a história de Orlandeli tem influência oriental. A narrativa fala sobre Positivo e Negativo, Dia e Noite, Claro e Escuro, Bem e Mal, Ying e Yang. A busca pela harmonia de todas essas energias é a motivação para o inocente e atrapalhado Yang seguir os conselhos d’A Voz, que diz que ele é o único que pode realizar tal tarefa, quando este acaba parando em um mundo desconhecido.

O “herói” lida com o desconhecido, aprende com novos mestres e nesse meio tempo no faz gargalhar com tantas tiradas engraçadas, principalmente quando em diálogo com A Voz.  O jeito despreocupado dele, apesar de ter tantas responsabilidades nas mãos, é simplesmente hilário. Contudo, apesar de bem divertida, a HQ apresenta ainda uma história que leva a reflexão de questões como lidar com o medo, como agir em momento de desespero e a fé que precisamos ter em nós mesmos.

A edição apresenta ainda extras, com o personagem pelos traços de grandes nomes dos quadrinhos nacionais, como Laudo Ferreira, Luciano Salles e Vítor Caffagi.

Temos motivos mais que suficientes para recomendar ao leitor “Subir rio acima e escalar cascatas. Atingir o topo e atravessar a porta do dragão” e se aventurar em O Mundo de Yang.