Entrevista: Laudo Ferreira fala sobre a HQ “Questão de Karma”

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Resultado da parceria entre Laudo Ferreira (“Yeshuah”) e do ilustrador Alexandre Santos , a HQ “Questão de Karma” está entre os lançamento do FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos, que ocorrerá de 11 a 15 de novembro, em Belo Horizonte.

 

Descrita por Laudo, que assina o roteiro, como uma história de humor negro com fortes doses de tragédia, a HQ conta a história de um homem, que em um único dia, descobre ter uma doença terminal, é acusado de ser o autor de um grande desfalque no banco onde trabalha e que sua mulher, durante o dia, busca prazer com outros homens.

 

Diante desta situação difícil, ele decide cometer suicídio, mas acaba salvo por um médico terapeuta que o leva para seu consultório. A fim de ajudá-lo, o médico decide realizar uma sessão de regressão com ele, para descobrir mais sobre o homem.

 

““Questão de Karma” é uma piada, uma história escrita em cima de uma piada comum, que não vou revelar qual é, pois estragaria a leitura.”, contou Laudo, em entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds. O lançamento é do Quadro Imaginário, selo de quadrinhos do Estúdio Banda Desenhada, estúdio criado por Laudo e Omar Viñole.

 

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MAIS QI NERDS – Como surgiu a ideia da HQ?

 

Laudo Ferreira – Na época em que pensei e escrevi o roteiro, queria fazer algo descompromissado, sem rumo, amalucado mesmo, pegando uma possibilidade absurda e essa possibilidade veio justamente num termo, numa piada, que resolvi dar vida a ela na história. O título “Questão de Karma”, que inicialmente se chamaria “É tudo uma questão de Karma”, veio de uma música composta por um amigo meu de muitos anos, músico e que no início dos anos 80, época em que convivemos muito, compôs essa canção  e tocava-a em uma banda que ele tinha. Achei que o título, também uma brincadeira, se adequaria à hq.

 

A história foi escrita no final dos anos 90. Por que só agora ela ganhou vida?

 

Difícil dizer. O roteiro foi ficando de lado mesmo. Entraram os anos 2000 e me vi envolvido em vários projetos de quadrinhos que fui realizando durante a década toda, teve a série da personagem Tianinha, que publiquei na revista “Sexy Total” durante 9 anos, teve todo o trabalho em cima do Yeshuah, enfim, muita coisa. Assim como “Questão de Karma”, há outros roteiros engavetados, alguns talvez dê vida a eles em algum momento, eu o desenhando ou passando para algum parceiro, outros, porém, ficarão na gaveta mesmo.

 

 

Você define a HQ como “uma história de humor negro com fortes doses de tragédia”. O que se podemos esperar dela?

 

O humor negro está presente na história, dentro da situação toda. A piada e o riso mordaz não são explícitos, não deve, creio eu, ficar estampado na cara do leitor, mas sim na estranheza da leitura em si, mesmo que ao acabar de ler, ele, o leitor pense ou diga: “Mas que bobagem!”. Essa é a ideia. Um fator que ajuda muito na ambientação, no clima da história é a forma visual que o Alexandre Santos adotou para contar essa história. O traço não é de humor, satírico, ele tem uma grande dose de densidade e “sujeira”, que tem um significado subliminar. Esse contraponto com a ideia do enredo gera um resultado final interessante. Pelo menos, é o que eu acho.

 

Esse é o primeiro trabalho em parceria com o Alexandre Santos. Como ela surgiu?

 

Nos anos 80 e 90, escrevi roteiro para outros desenhistas. Gosto desta situação de ver outros ilustrando histórias minhas, e não só ficar desenhando, que é, aliás, esse meu lado que a turma conhece. Então há algum tempo atrás, comecei a cogitar essa possibilidade de voltar a armar parcerias, mesmo porque eu, como muita gente dos quadrinhos, no caso, estamos cheios de ideias para histórias e às vezes não dá para realizar todas, pelo menos tendo eu como desenhista, então nada mais interessante do que viabilizar essas ideias, criando parcerias com outros artistas e artistas que de alguma forma haja uma identificação. No caso do Alexandre, foi assim. Somos amigos há muitos, muitos anos, e eu sou fãzaço de seu trabalho como ilustrador e design.  Conversamos sobre a possibilidade de fazermos uma hq juntos, eu escrevendo, ele desenhando, proposta aceita e foi aí que veio a lembrança dessa história. Enfim, o momento para ela acontecer demorou “um pouco”, mas veio.

 

 

Vocês planejam novos projetos juntos. Poderia falar um pouco sobre eles?

 

Sim. Peguei gosto em voltar a escrever pra outros desenhistas e eu e o Alexandre, em trabalharmos juntos. Há uma ideia que ele me passou, e que bate muito com temas que gosto de escrever e desenhar, só dá para adiantar isso. Passado esses grandes eventos de quadrinhos que teremos pela frente, FIQ e CCXP, além das sessões de autógrafos do “Questão de Karma”, já devo sentar para começar a trabalhar neste novo roteiro. E também, já armei outra parceria com uma artista talentosíssima que sou fãzaço também, a Sueli Mendes, que já publicou algumas hq’s na revista “Café Espacial”. Neste caso, também está cedo para dar mais detalhes do que será essa hq, mas são coisas que já estão se formatando, juntamente com trabalhos meus como desenhista em outros trabalhos já em andamento.

 

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