Mariana Bermudez fala sobre seu livro de estreia, “Lobas da Lua”

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Tudo começa com um acidente misterioso. Depois dessa noite,  Melanie passa a ver monstros e ouvir pensamentos, além de descobrir estranhas tatuagens que surgira no seu corpo. Assustada, ela decide esconder sua nova aparência e talentos se afastando de todos. Porém, essa barreira por ela imposta, começa a ruir quando um intercambista passa a estudar com ela. Melanie percebe algo de diferente nele. Seria ele confiável?

 

Essa é a premissa de ‘Lobas da Lua’,  romance de estreia de Mariana Bermudez, que com apenas 18 anos introduz os leitores a uma história cheia de mistérios. A escritora, em entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds, deu mais detalhes sobre a obra e falou ainda sobre o mercado de literatura fantástica e da música como instrumento de inspiração na hora de escrever.

 

Mais QI Nerds – Quais foram suas inspirações para escrever o livro?

 

Mariana Bermudez –  Eu sempre amei livros, filmes ou qualquer coisa (basicamente) que tivesse algo sobrenatural: um vampiro, um lobisomem, um dragão e assim por diante. Dessa forma me encontrei com vários tipos da mesma coisa e, concordando ou descordando, acabei criando minha própria versão da criatura seja ela qual for. Mas, obviamente, existem vários traços conhecidos na minha estória. Tolkien, ou Lewis, ou Cassandra Clare, até Rowling foram grandes inspirações no desenvolvimento o meu mundo, do mundo de Melanie.

 

Como foi o processo de criação e quanto tempo durou até a conclusão da obra?

 

MB –  Esse livro demorou mais ou menos três ou quatro anos no mínimo. Eu comecei muito jovem e passei por muita coisa antes de poder amadurecer, mas foi logo nesse período que eu comecei e terminei. Como foi um tempo de muitas mudanças, minha escrita também mudou, assim como meus gostos e minha visão de mundo. Assim, a primeira versão disso tudo já não se encaixava no que eu desejava da obra. Eu, e muitos escritores, sofri para poder colocar em um papel da melhor maneira o que eu via do universo de Melanie. Eu escrevia e rescrevia incontáveis vezes, as vezes achava bom e as vezes achava horrível. Acho que todo artista passa por isso, nós somos um pouco perfeccionistas e extremamente auto-críticos com nossos trabalhos. Então foi um processo cansativo, onde muitos personagens nasceram e deixaram de existir, ou cenas foram completamente esquecidas e cidades foram criadas. Algumas pessoas acham que a estória já está formada antes de colocarmos em um papel, mas na verdade grande parte dela está, ou só um pedacinho, e conforme você explora aquele mundo e faz perguntas sobre ele, ele se expande e cresce até se tornar o que é hoje. O primeiro leitor é o próprio escritor.

 

Acha que o mercado recebe da mesma maneira livros de fantasia escritos por homens e mulheres?

 

MB – Não. Acho que existe um estereótipo feminino e masculino dos autores, pelo menos em fantasia. As pessoas leem o nome do escritor e rapidamente atribuem à estória uma etiqueta, por assim dizer. Um livro escrito por um homem tem mais ação, mais aventura, é mais sério e heróico. O personagem principal é homem também. Um livro escrito por uma mulher é frágil, doce, cheio de romance, pode ser da mais pura inocência ou da mais fervente paixão, no entanto trabalha com a sensibilidade do leitor. O personagem principal é uma mulher. Esses são os estereótipos de pessoas que se assustam quando livros de nome marcante ou estória intensa pertencem a uma mulher, ou que se divertem com um autor homem escrevendo um romance maravilhoso e até mais interessante que alguns escritos por mulheres. Porém, ainda que exista um estereótipo ambos os livros são bem recebidos pelo mercado.

 

Além do livro, você tem publicado de forma online alguns contos. Você acha que a internet foi a responsável por abrir caminhos para novos escritores?

 

MB – Para mim, não. Mas, vejo outros escritores, e minha mãe é mais envolvida nesse assunto por adorar ler em digital, que começam a publicar a estória no internet e param no meio porque conseguiram uma editora interessada, outro que escreveu um e postou em algum lugar que algum tempo depois chamou a atenção de editoras. Eu acho um meio importante e de grande apoio para vários escritores, eu pretendia fazer isso, mas tive a sorte de encontrar editora antes. Acredito que ficou ais acessível ir atrás de alguém para te publicar ou mesmo para opinar, dar conselhos sobre o que está escrito e até criticar para que o autor possa crescer e melhorar a estória.

 

Em seu Tumbl você indicou música celta para acompanhar a leitura do seu conto Os Três Irmãos da Clareira. Qual seria a trilha sonora de Lobas da Lua?

 

MB – Ai você me complica. Eu ouço muita música quando escrevo, mas elas devem ser ou instrumentais ou em outras línguas (desde que elas sejam novas, porque se eu souber a letra não vai funcionar). Tenho até uma playlist para isso. Se eu fosse recomendar algumas músicas para ouvir: Ludovico Einaudi e Dustin O’Halloran para instrumentais; Daughter, Passenger, Paramore e Owl City para as com letras. Também sempre fui de ouvir muita trilha sonora de filme, então  Avatar e Alice no mundo das Maravilhas, que são ambas instrumentais, também afetaram algumas cenas e trechos do livro. Eu gostava muito de ouvir Kerli (The Creationist e Walking on Air) e Vanessa Carlton (Ordinary Day e Half a Week Before the Winter, principalmente) quando escrevia longas cenas focadas diretamente e somente em Melanie, depois as músicas foram mudando e Imagine Dragons (Demons e Monster, além de outras) acabou se tornando um “must” para quando eu sento para falar de Melanie. Lana Del Rey me inspirou muito enquanto eu escrevia sobre os vampiros, também. Mas, bom, existem muitas outras que eu pretendo um dia dividir com vocês uma outra hora com mais detalhes.

 

O livro terá uma sequência?

 

MB – Eu já comecei o segundo livro, mas ainda não tenho certeza do que acontecerá de tudo isso. Eu gostaria muito de publicar e vou correr atrás disso depois que terminar, mas tudo depende muito de como o primeiro se sairá. Porém, eu tenho tudo programado para continuar a série e dar a vocês o segundo volume. Muito, muito obrigada por me convidar a participar, foi bem interessante e espero que eu tenha adicionado alguma coisa legal aí para vocês.


#Livros   ; ; ; ; ; ;


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