Thaïs Gualberto fala sobre carreira e futuro do “Sanitário”

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Olga, a sexóloga taradóloga surgiu de forma espontânea, da necessidade de expressar-se de Thaïs Gualberto. A tirinha, que teve início no último período da faculdade de Arte e Mídia, foi o ponta pé inicial da quadrinista paraibana, que a partir de então mergulhou cada vez mais no mundo dos quadrinhos, com a criação do coletivo WC e a revista Sanitário.

 

Em entrevista exclusiva ao MAIS QI NERDS, ela falou sobre carreira, planos futuros e ainda opinou sobre a  representatividade das mulheres nos quadrinhos. 

 

Você é formada em Arte e Mídia, como surgiu o interesse pela área?

Eu sempre gostei de ler, de escrever, de desenhar e quando surgiu o curso lá em Campina Grande eu fiquei sabendo por meio do meu irmão, que também tinha interesse em se formar nele. Quando entrei, pensava em fazer animações, mas logo desisti. Passei um tempo interessada em trabalhar com cinema e quando estava no último período comecei a fazer as tirinhas da Olga.

 

Quando ocorreu a escolha de trabalhar com quadrinhos?

Depois de me formar não tive muitas oportunidades de trabalhar com cinema, também não estava mais escrevendo, mas tinha cada vez mais ideias para tirinhas da Olga. Ao longo do tempo comecei a experimentar outras coisas e fui levando cada vez mais a sério a ideia de fazer quadrinhos. Daí pra frente fui mergulhando cada vez mais fundo, criamos o Coletivo WC, fizemos a revista Sanitário e hoje em dia meu sustento vem do meu trabalho como Coordenadora de Quadrinhos na Fundação Espaço Cultural da Paraíba.

 

Como aconteceu a criação de “Olga, a sexóloga taradóloga” ?

Sempre gostei de criar, desde pequena. Eu costumava escrever, até que aconteceu de em um momento eu não gostar mais do que estava escrevendo. Já tinha tido a experiência de fazer algumas tirinhas na adolescência, então um dia eu fiz a primeira tira da Olga. Eu tinha me separado do pai da minha filha e estava voltando a me relacionar com outras pessoas e a Olga acabou surgindo dessa necessidade de falar sobre sexo de uma forma descontraída. A gente ainda tem muito tabu rodeando esse assunto, mas muita coisa precisa ser dita. Ela surgiu meio que como uma entidade, do nada. Não pensei muito sobre a sua criação, tanto que de 2009 pra cá a Olga passou por algumas transformações, inclusive no desenho.

 

Como foi a  participação da personagem na segunda de quadrinhos do site do projeto feminista Olga?

Conheci a Juliana de Faria do Think Olga no grupo de discussão online do projeto depois que a minha charge “Lugar de mulher é no tanque” foi bater lá. Achei que a personagem tinha tudo a ver com o projeto, principalmente pela coincidência dos nomes, e apresentei ela no grupo. Quando surgiu a segunda de quadrinhos acabou rolando naturalmente o convite pra Olga participar do Olga.

 

O que acha da representatividade das mulheres no universo dos quadrinhos?

Acho que tá bem melhor do que era, mas ainda tem muito o que melhorar. Ainda vemos poucas autoras nas prateleiras, nos jornais, na mídia, na programação dos eventos. Mas por outro lado, percebemos também um aumento na produção independente, mais quadrinistas preocupadas com uma representação ampla dos diversos tipos de mulher. Temos também o caso do FiQ, que chamou a Ana Luiza Koehler pra compor a curadoria do festival e acrescentou um enorme número de autoras à programação e isso passa a ser uma vitrine para essas autoras. Depois que o FiQ lançou essa programação cheia de quadrinistas mulheres de todo o país, vai ficar mais difícil manter aquela resposta de que “não conhecem autoras para convidar”.

 

Quais os planos futuros do Sanitário 3? Irão realizar nova campanha de financiamento?

Ainda queremos publicar a Sanitário 3 em 2015. Estamos correndo atrás de outras maneiras de consegui-lo, mas outra campanha de financiamento coletivo não está nos nossos planos. Não posso adiantar detalhes porque ainda estamos definindo como iremos financiá-la, mas está nos nossos planos levar a revista pro FiQ em novembro.


#Quadrinhos   ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ;


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