Fabiano Santos e Igor Guanandy falam sobre “Dragon’s Tale”

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Reencarnações de seres mitológicos que há milhares de anos viviam entre os humanos e eram venerados como deuses pelos mesmos, são isolados totalmente da humanidade com o passar do tempo. Hoje em dia, quase totalmente esquecidos, são lembrados por poucos como “A Lenda dos Dragões”. Dois desses seres, que apresentam uma rixa antiga um com o outro que permanece a cada reencarnação, podem representar perigo aos homens.

 

Essa é a história de “Dragon’s Tale”, que estreia nessa terça-feira, 21 de julho,  no portal de webmangás nacionais”Lamen”. A história terá algumas páginas publicadas por semana até a conclusão.

 

Para entender mais sobre como aconteceu a criação do mangá e ainda a parceria do quadrinhista Fabiano Santos e o roteirista Igor Guanandy, o MAIS QI NERDS conversou com os dois, que além de darem detalhes sobre como surgiu a oportunidade de publicar no portal, deixaram dicas para aqueles que queiram trabalhar com quadrinhos.

 

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Confira a entrevista:

 

Como surgiu a oportunidade de publicar no Lamen?

 

FS – O Douglas entrou em contato comigo, perguntando se eu teria interesse em participar do  Lamen com o Dragon’s Tale. Ele já acompanhava meu trabalho há um tempo pelo Facebook e  disse que o mangá se encaixaria legal com o que ele buscava para o projeto.

 

 

Como surgiu a ideia do mangá?

 

FS – Surgiu de forma muito despretensiosa, há mais de 11 anos. Sempre gostei de dragões e sempre fui apaixonado por artes marciais (treinei por quase 10 anos quando era mais novo), então resolvi juntar os dois elementos em uma história. Fui muito influenciado pela série Breath of Fire da Capcom, e foi logo depois de terminar um dos jogos dessa série que resolvi produzir o mangá. Fazia totalmente por hobbie mesmo, e quando sobrava tempo.

 

Como é seu processo de criação?

 

FS – Bom, para a parte de desenho, eu faço o storyboard a lápis em uma folha A4, depois refaço a página em um A3. Nesse A3 eu faço a arte final com nanquim, para depois ser escaneada e receber o último tratamento (retículas e textos) no computador. É bem trabalhoso fazer o traço ainda de forma analógica, mas me sinto mais confortável e satisfeito com o resultado dessa maneira. Para a parte do roteiro, eu e o Igor estamos estudando ainda um formato que seja compatível com nosso dia a dia que é muito corrido. A gente ainda tem mais da história na cabeça do que no papel, mas pretendemos mudar isso.

 

E quanto ao roteiro? Qual a ordem de criação?

 

IG – Nós tentamos bolar uma ordem para uma linha de eventos. Sempre conversamos sobre qual rumo tomar, e eu escrevo como esses eventos se conectam. Basicamente é isso. Roteiro pra mim é algo muito novo e eu ainda estou aprendendo. Não tenho certeza se as pessoas trabalham assim, mas com a gente da certo.

 

Como e quando começou a trabalhar com quadrinhos?

 

FS – Eu infelizmente ainda não trabalho exclusivamente com isso. Trabalho como arte-finalista em uma agência de publicidade e também sou ilustrador freelancer. Então quadrinhos, por enquanto, ainda é só uma grande paixão.

 

IG – Desculpe, mas com certeza eu ainda estou muito longe de ser um profissional e a realmente trabalhar com quadrinhos. A escrever comecei de verdade esse ano. Bolar histórias sempre foi uma paixão, mas nada sério. Essa situação mudou esse ano, onde tenho estudado para poder escrever de uma forma melhor.

 

Quais suas referências no mundo dos quadrinhos?

 

IG – Sempre fui muito fã principalmente dos quadrinhos orientais e tento sempre passar pro Fabiano as minhas pesquisas e os resultados são muito bons. As referencias são muitas, vão tanto do quadrinho japonês para o coreano e o chinês, que infelizmente não são tão conhecidos por aqui. Entre algumas referências no traço, temos Sun Ken Rock e a de Chonchu, mas na parte do roteiro tento misturar bastante me baseando em outros mangás de luta como Veritas, Aiki, Feng Shen Ji, The Breaker, Jackals entre outros.

 

Como definiria o momento atual do mercado nacional de quadrinhos?

 

FS – Eu estou animado! Claro que ainda existem muitas barreiras, mas vejo algo muito promissor pra quadrinhos no Brasil. Vejo muitos projetos incríveis saindo das gavetas e ganhando notoriedade com os leitores. E acredito que o Lamen é mais uma prova de que a gente tem sim qualidade pra apostar em projetos autorais brasileiros.

 

Qual a dica que dá para aqueles que desejam começar a trabalhar na área?

 

FS – Treino e perseverança. Aliás, acho que esses dois pontos são necessários pra quase tudo na vida, né não? Mas na área de ilustração e quadrinhos isso é extremamente fundamental. Treine todos os dias se possível, tente ler muito e tenha contato com pessoas da área. Você evolui muito trocando palavras com quem já está no ramo. E saiba aceitar críticas. Elas com certeza virão. Algumas muito boas, outras nem tanto. Filtre as que forem te auxiliar e descarte as destrutivas.

 

Qual dica você dá para aqueles que almejam se tornarem bons roteiristas? Quais as qualidades que um bom roteiro deve ter?

 

IG – Bem, ler bastante. Estudar português também é fundamental e fazer dessas palavras um lema “O segredo da criatividade, é saber esconder as fontes”. Sábias palavras de Albert Einstein pra não ter medo de usar alguns clichês. (Risos). Para um bom roteiro é preciso ter uma narrativa boa e uma sequência de eventos que se conectam sem deixar brechas. Uma história inteligente com bastante informação também agrada bastante.

 

Quais outros trabalhos têm em desenvolvimento ou publicado?

 

FS – Entre materiais publicados, eu tenho apenas trabalhos de ilustração feitos para o mercado de propaganda. Ainda não tive o prazer de ter algum quadrinho publicado, mas acho que à minha hora e a do Igor está chegando. Ainda sobre trabalho em desenvolvimento, eu e o Igor temos planos de fazer uma história de samurais em um universo futurista. Mas ainda vamos ver como conciliaremos isso com a produção do DT.

 

IG – Publicados por enquanto nenhum, mas temos planos para o futuro. Um oneshot com samurais futuristas vai ser o nosso próximo trabalho.

 

Como surgiu a parceria ?

 

FP – Conheci Igor no Deviantart a mais ou menos uns cinco anos. Ele começou como fã do projeto. Conversávamos bastante sobre o DT e também sobre uma outra história criada por ele. Com o passar do tempo, a coisa foi tomando um rumo muito bacana e o DT só melhorava, assim como nossa amizade. Então a forma como ele foi me ajudando no roteiro foi muito natural, e posso dizer com toda sinceridade que se o Igor não tivesse aparecido, o DT não teria evoluído da forma como evoluiu (se compararmos com os antigos, é notável a diferença). E agora com a produção dos novos capítulos, acredito que ele terá ainda mais oportunidade pra trabalhar o roteiro e deixar o projeto ainda melhor.

 

 

IG – Eu conheci o Fabiano através do DeviantArt, há mais ou menos 5 anos. Na época o Dragon´s Tale tinha 3 capítulos completos e eu acompanhava ele sempre que podia. Eu perguntei ao Fabiano se poderia ajudá-lo em alguma coisa, pegamos contato pelo messenger e conversamos muito sobre a história. Até então eu não tinha planos de ser roteirista do mangá, mas nós acabamos formando uma boa equipe!

 


#Quadrinhos   ; ; ; ; ; ; ; ; ;


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