Entrevista: Jefferson Oliveira fala sobre aventuras de Thales Martins

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O escritor Jefferson Oliveira teve o interesse pela escrita despertado de forma peculiar. Ainda criança, escrevia em um caderno, finais alternativos para os desenhos que via e isto serviu de ponta pé inicial para se aventurar em escrever suas primeiras histórias.

 

Em entrevista exclusiva para o site MAIS QI NERDS, ele apresenta seu livro de estreia “Thales Martins e o Livro da Maldição” e fala sobre como surgiu a ideia da história e o processo de criação do livro, que ao que parece não será o único a narrar as histórias do personagem Thales Martins .” O segundo livro tem algumas correções para sofrer, mas o texto está praticamente pronto”, contudo Jefferson é cauteloso ao falar sobre “É claro que dependo da editora que por sua vez depende de um bom resultado do livro no mercado para se interessar por prosseguir a história, porém há mais o que se contar do Thales.”, explica o escritor.

 

Além de dar dicas aqueles que desejam, assim como ele, ter o primeiro livro publicado, Jefferson falou ainda sobre suas influências e preferências no mundo literário e revelou qual livro de outro autor gostaria de ter escrito,  ‘O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-roupa’, de C.S.Lewis  “Foi o primeiro mundo de fantasia que conheci, e como um fã desse tipo de literatura tenho muito carinho por esse livro, seria uma honra ter escrito algo tão incrível” concluiu ele.

 

MAIS QI NERDS – Quando decidiu ser escritor? Como foi despertado o interesse por livros?

 

Jefferson Oliveira – Desde pequeno, minha mãe me deu livros para ler, embora amasse mais a matemática, ela sempre gostou de literatura e tentou passar essa paixão pra mim. Quando aprendi a escrever, pedi a ela um caderno onde pudesse mudar o final dos desenhos que assistia, escrever outras possibilidades, coisas assim. Com o tempo fui criando meus próprios personagens e com mais tempo ainda acabei por tentar escrever minhas próprias histórias.

 

Como surgiu a ideia do livro “Thales Martins e O Livro da Maldição?

 

Como a maioria das ideias, surgiu a partir da soma de muitos pensamentos. Eu sempre gostei de estudar o folclore e muitas vezes buscava seres fantásticos subaproveitados da “mitologia” brasileira. Isso foi um pontapé, mas a ideia em si foi se formando aos poucos, com conceitos como a vontade de ter um personagem principal que representasse algumas contradições na sua forma de pensar e crescesse. Além é claro de algumas forças místicas, para manter o mistério e a aventura.

 

Você pretende escrever mais histórias sobre Thales? 

 

Sim. É claro que dependo da editora que por sua vez depende de um bom resultado do livro no mercado para se interessar por prosseguir a história, porém há mais o que se contar do Thales. O segundo livro tem algumas correções para sofrer, mas o texto está praticamente pronto.

 

Tem algum outro projeto em andamento?

 

No momento estou trabalhando em duas coisas. Algo mais distópico, mas sem sair do Brasil, pois é bom falar com brasileiros sobre brasileiros e algo mais ligado a tal “mitologia” brasileira.

 

O livro foi publicado pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira da Editora Novo Século.  Alguns escritores iniciantes reclamam das dificuldades de conseguir publicar seus livros. O que você acha do espaço para novos escritores no mercado nacional? 

 

A verdade é que sem patrocínio é muito difícil. Você precisa bater em muitas portas e mesmo com o patrocínio você terá de correr atrás para apresentar o livro e tentar fazê-lo funcionar. Acho que como a maioria das coisas que valem a pena, ou você se esforça ao máximo, ou não tem a menor chance. As condições deveriam ser melhores, mas é difícil discutir isso com as editoras, pois muita coisa depende das vendas, e no Brasil isso é um problema que ainda gera tabu, pois não sabemos bem o que dá certo e o que não dá.

 

Poderia dar dicas de como ter um livro publicado, como apresentação, revisão, etc?

 

Trabalhe muito na história e também se esforce como profissional da área em que estiver. Dificilmente vivemos de escrever livros no Brasil e com os contatos profissionais certos, isso pode o ajudar bastante até na hora de obter patrocínio. Quanto a apresentação, dê uma olhada nas editoras que publicam o seu tipo de texto e vá a luta, envie ao máximo de editoras que puder dentro dessa regra, o “não” não pode te desanimar, tem que continuar tentando, pois a outra opção é desistir, e isso não vale a pena. Quanto a revisão, releia muito o seu texto, eu odeio fazer isso, mas não tem outro jeito, você é quem melhor o conhece e portanto é quem melhor pode revê-lo, se conhecer professores de português e puder contar com ajuda é melhor, mas no fim a sua revisão é a mais importante, o texto é seu.

 

Você acha que os jovens brasileiros estão mais interessados em livros? Por que?

 

Acho que cada geração tem que ser cativada a ler e isso envolve encontrar o estilo que caracteriza essa galera. Creio que como alguém que fez parte da geração Harry Potter, eu vi muita gente encontrando prazer em livros graças a esse livro, a pessoa talvez não fosse gostar de ler, mas percebeu que com o livro certo do seu estilo, isso pode ser realmente algo muito legal. Isso atingiu uma boa parte da geração brasileira atual, e acho que nós, escritores, temos que encontrar um estilo que marque esses brasileiros também, afinal é bom que os brasileiros leiam brasileiros.

 

Quais você considera suas influências no mundo literário? 

 

Pedro Bandeira, J. K. Rowling, C. S. Lewis, José de Alencar (ele pode ser estranho em meio aos outros nomes, mas me identifico muito com alguns dos truques dele para manter o interesse do leitor, especificamente o início de Thales Martins é uma revisitação ao que ele fez no início de Lucíola), Rick Riordan, Giselda Laporta

 

Qual escritor você mais admira? Qual seu livro favorito? 

 

Embora não esteja na minha lista de influências, pois é difícil aproximar o meu texto do dele, admiro profundamente o Machado de Assis. Meu livro favorito dele é Memórias Póstumas de Brás Cubas.

 

Qual seu processo de criação? 

 

Amo ler curiosidades. Esse tipo de leitura me faz relembrar informações inúteis, e às vezes fazer links entre elas. Isso de alguma maneira é parte do que me leva a escrever, pois me ajuda a criar personagens e características. Depois que uma ideia surge, o processo passa a ser fazer conexões entre a mesma e outras informações que de alguma maneira possam ajudar o enredo e os personagens. Em meio isso escrevo todas essas conexões no papel e depois garimpo-as para o que fica mais interessante nessa história. E tento estar pronto para anotar e escrever ideias o máximo de tempo que possa.

 

Se pudesse ser o autor de um livro que gosta muito, qual seria?

 

Seria o autor de “O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-roupa”. Foi o primeiro mundo de fantasia que conheci, e como um fã desse tipo de literatura tenho muito carinho por esse livro, seria uma honra ter escrito algo tão incrível.


#Livros   ; ; ; ; ; ; ; ; ;


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